Biografia
Desde 2000
Frank Sushiman: Uma Vida Dedicada à Arte do Sushi
Nascido em Ipatinga, em 1979, Frank Carvalho Freitas iniciou sua jornada no mundo da culinária japonesa em 2000, como auxiliar no Gendai, em Belo Horizonte. Rapidamente se destacou, tornando-se chefe de cozinha em apenas um ano e permanecendo no Gendai até 2003. A paixão pelo sushi o levou a novas experiências, incluindo o Sushi Beer na Savassi e o Shop Suey San. Em 2004, retornou a Ipatinga, onde trabalhou no Shopping dos Vales, e iniciou uma trajetória paralela de sucesso: cursos e eventos em Governador Valadares, conquistando uma vasta clientela.
Em 2006, a sociedade no Nu Japa, o primeiro restaurante de comida japonesa em Governador Valadares, marcou o início de uma nova fase. O restaurante prosperou, e a sua experiência continuou a crescer. Em 2013, após vender sua parte, Frank gerenciou outro restaurante na cidade e retornou ao Nu Japa até 2016. A busca por inovação o levou a criar o Umami, o primeiro omakase de Minas Gerais, mas desafios pessoais o levaram a retornar a Belo Horizonte. Passou por outros restaurantes e, após um novo relacionamento, fundou o Umami Ibirité, que se tornou um sucesso. Com a chegada da pandemia, Frank trabalhou em diversos estados, como Santa Catarina, São Paulo e Paraná, e agora, em Indaiatuba, ele retorna às suas origens, com o objetivo de compartilhar sua experiência em eventos.
As Raízes de um Sushiman Apaixonado
A infância, embora desafiadora, foi o berço de uma paixão que moldaria minha vida. Com uma mãe enfrentando problemas de saúde mental, e a necessidade de cozinhar desde cedo, fui forçado a assumir responsabilidades que iam além da minha idade. Meu pai, ao me levar para morar com ele e meus três irmãos, nos ensinou a importância das tarefas domésticas, e cozinhar e manter a cozinha impecável se tornaram uma rotina. Essa vivência, unida à busca incessante por conhecimento, construiu as bases para minha futura jornada.
Foi essa experiência precoce que me impulsionou a brilhar no Gendai, em Belo Horizonte, um verdadeiro marco na culinária japonesa brasileira da época. Ingressar ali como auxiliar de cozinha foi um passo decisivo. O Gendai não era apenas um restaurante; era uma escola, um centro de excelência. Com um cardápio sofisticado, que incluía atum fresco, diversas espécies de peixes brancos, uma estrutura importada do Japão, e consultores de São Paulo, a rede TrendFoods e o China In Box já tinham um delivery super avançado - algo raro na época. A combinação de tudo isso, somado à minha dedicação e estudo constante, me permitiu ascender rapidamente, e logo eu já estava liderando as cozinhas.
Após anos de aprendizado e experiência em Belo Horizonte, segui para Ipatinga, onde, em 2004, me casei e passei a trabalhar como sushiman no Shopping do Vale. Foi nesse período que montei minha apostila e criei um curso de 8 horas, para ensinar as pessoas a fazer sushi em suas casas. A influência da cultura japonesa em Ipatinga, impulsionada pela presença da Usiminas e da Cenibra, e a consequente formação de uma forte comunidade, se tornou ainda mais presente em minha vida. Foi em Ipatinga, e, principalmente, na feira do Cariru, que conheci o fornecedor de atum fresco e robalo, o Cornélio (in memorian). Mas foi na mercearia do Sr. Kengo Taniguchi, um imigrante japonês, que encontrei um mentor. Sua mercearia, a Taniguchi Ten, era um ponto de encontro da comunidade, localizada nos fundos de sua própria casa, no bairro Bom Retiro. Lá, entre prateleiras repletas de produtos importados, molhos especiais, algas e outros ingredientes essenciais, ele me recebia sempre com um sorriso e um olhar atento. O Sr. Taniguchi, que chegou ao Brasil em 1932, dedicou sua vida a compartilhar a cultura japonesa. Ele me transmitia a sabedoria e o respeito pela cultura japonesa. Aprendi com ele sobre a qualidade, a procedência e a tradição dos ingredientes.
Foto: Seu Taniguchi (Jornal Diário do Aço)
Ainda em Ipatinga, a vida me apresentou ao Léo, da XX, um amigo que, na época, também estudava no Vale do Aço e era proprietário da Monalisa, a boate mais badalada de Governador Valadares. A conexão com o Léo fortaleceu meus laços com Governador Valadares, e passei a frequentar a cidade semanalmente, preparando sushi na Monalisa e nas residências de clientes da alta sociedade valadarense, construindo assim uma grande clientela na cidade. Foi dessa relação que surgiu uma oportunidade única: o Léo, com sua visão empreendedora, teve a ideia de montar um restaurante de sushi em Governador Valadares e me convidou para ser seu sócio. Na época, a tendência era investir em restaurantes self-service, mas, inspirado no sucesso do Gendai, decidi trilhar um caminho diferente. Decidi replicar o conceito, focando na qualidade e no preparo do sushi na hora, como no Gendai, um restaurante de sucesso no Diamond Mall. Essa decisão se mostrou acertada. O Nu Japa nasceu com a proposta de levar a excelência do sushi para Governador Valadares. O sucesso foi imediato, e, em apenas dois meses, fomos obrigados a alugar a loja ao lado para expandir o espaço, tamanha era a demanda. A oportunidade de preparar sushi na inauguração da concessionária Osaka, em Governador Valadares, abriu as portas para eventos maiores, onde eu lancei um sistema de buffet inovador, levando os ingredientes e preparando tudo na hora, interagindo com os convidados. Participei de eventos com até 1000 pessoas, aprimorando minhas técnicas e me conectando com a alegria de celebrar através da culinária
foto: Seu Taniguchi